Agronegócio
Produtor de Arroio Grande é destaque nacional
Eduardo Costa garantiu o primeiro lugar no Desafio Nacional de Máxima Produtividade de soja na categoria irrigada
Divulgação -
PForam seis anos de planejamento, parcerias, estudos e investimentos até que Eduardo Burck de Sousa Costa, da Estância Capororóca, de Arroio Grande, transformasse o excelente resultado na produtividade da soja em prêmio. O produtor arrematou esta semana o Desafio Nacional de Máxima Produtividade, promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb), na categoria irrigada, destacando-se entre os mais de 5,4 mil inscritos no concurso em diferentes categorias. Foram 117,41 sacas colhidas por hectare na safra 2021/2022. O resultado foi obtido em uma área de 352 hectares plantados e irrigados através do método de pivôs centrais.
Da terceira geração de produtores da família formados pela Faculdade de Agronomia Eliseu Maciel, da UFPel, o jovem coloca a Zona Sul em projeção no cenário brasileiro. O objetivo de adotar o sistema teve início em 2017, apesar de certa resistência da família, e foi implementado em 2021 com o apoio da equipe do agrônomo e consultor técnico Lucas Jackson de Sousa, da empresa Porteira. Foram projetados três pivôs de irrigação para a área plantada. “A instalação dos equipamentos demandou muito cuidado. Mas valeu a pena. Na comparação com a área não irrigada, o ganho foi de 30 sacas a mais por hectare. E essa diferença só tende a aumentar quando um ano não for tão favorável quanto esse”, analisa o produtor, ao se referir ao desempenho da safra no geral, com chuvas abundantes e bem distribuídas na região.
A satisfação e a certeza de que o investimento teria retorno certo aumentaram quando a família comparou a produtividade à obtida em safras anteriores, com métodos convencionais dependentes apenas da chuva e da umidade do solo. “Os últimos três anos foram complicados, com frustrações pelos períodos de estiagem que sofremos. Na safra de 2019/2020 tivemos uma produtividade média de 26 sacas por hectare em virtude de uma seca histórica para nossa região. Na safra posterior, já tivemos melhores resultados, com 60 sacas, graças a um clima mais favorável e à nossa melhora no nível técnico da lavoura”, conta Costa.
Tecnologia e sustentabilidade
Os anos de estudos garantiram ao jovem agrônomo a projeção de que as áreas possuíam grande potencial a partir do momento que a água não fosse um limitante. Ainda assim, a produtividade o surpreendeu. Assim como o prêmio nacional. “Fomos todos pegos de surpresa. Porém, muito felizes em conseguir alcançar essa primeira conquista no desafio do CESB para nossa região, que até pouco tempo era caracterizada como sendo uma área marginal para o cultivo de soja e que nunca poderia obter resultados tão bons.”
O consultor e agrônomo Lucas Jackson de Sousa explica que a grande diferença é que, com o sistema irrigado, é possível manter a umidade do solo em nível adequado para as plantas em momentos de estiagem e solo seco. “Estamos investindo muito, há bastante tempo e com foco no longo prazo, para obtermos bons resultados. Esse foi nosso primeiro ano efetivo de resultados excelentes e com certeza já retornou muito do que esperávamos”, acrescenta Costa.
Para os agrônomos, foi fundamental manter a equipe atenta para saber quando e quanto irrigar. O que se deu através de tecnologia, com uma estação meteorológica para acompanhamento do clima na área, coletas de solo e análises para conhecer a capacidade de reter umidade, com sensores implantados no solo. “Através da inserção dos dados captados por essas análises e equipamentos, um software determina o quanto precisamos irrigar para atingir uma umidade do solo adequada para o momento em que a planta se encontra”, explica o produtor. Sistema que, segundo ele, evita o desperdício ou a falta de água, tornando o uso eficiente.
Com pensamento a longo prazo, Costa afirma que o foco da família é ter uma atividade sustentável financeira e ambientalmente. No que a irrigação se encaixa como a melhor técnica. “Acredito que é uma das maneiras que o Brasil tem de aumentarmos muito nossas produtividades nas nossas lavouras consolidadas sem aumentarmos nossa área de cultivo para aquelas intocadas e importantes ambientalmente.”
Futuro
A Estância Capororóca produz atualmente em 352 hectares irrigados por pivôs centrais e outros 558 hectares plantados com soja no sistema convencional. Para a próxima safra, do total de 2,7 mil hectares da propriedade, 300 serão destinados à produção do arroz irrigado e 900 para soja, sendo 274 hectares irrigados por pivô central, utilizando o método de carretel com canhão aspersor (outra técnica que a estância irá implantar este ano) e 366 sem irrigação para soja. “Além disso vamos plantar pela primeira vez o cultivo do milho sob um pivô de 78 hectares, que é um cultivo muito promissor para nossa região quando é irrigado.”
O prêmio
O Desafio Nacional de Máxima Produtividade de Soja do Comitê Estratégico Soja Brasil (CESB) premia anualmente os melhores sojicultores do país nos sistemas irrigado e sequeiro. As lavouras são analisadas e auditadas por técnicos. O objetivo é estimular maior produção nos mesmos espaços através da valorização de pesquisa, tecnologia e sustentabilidade.
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